quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O relevo terrestre
Estudamos até aqui o lento processo geológico que originou a crosta terrestre.
Uma plena compreensão do relevo, entretanto, exi­ge a consideração dos chamados agentes externos do relevo, responsáveis por sua configuração.
Chuva, vento, calor e frio, ou seja, as intempéries, agem sobre o relevo, desencadeando a erosão que desgasta as rochas e transporta seus detritos, acumulando os nas depressões da superfície terrestre.
Esse processo geomorfológico resume-se em três principais etapas - erosão, transporte e sedimentação; junta­mente com os agentes internos, como o tectonismo, deu origem às três principais estruturas geológicas existentes na crosta terrestre, que serão estudadas a partir de agora.
Os maciços antigos

São uma das primeiras formações rochosas terrestres, constituindo-se em blocos imensos de rochas antigas conhecidos também como escudos. São constituídos por ro­chas cristalinas, magmáticas e metamórficas, formadas na era Proterozóica. Por isso, apresentam maior resistência à erosão, embora já tenham sido bastante desgastadas, o que pode ser notado pelo seu formato mais arredondado.
Agora vamos identificar os principais maciços anti­gos da Terra.
Europa - Os maciços antigos são encontrados sobre-tudo na porção centro-norte do continente. De modo ge­ral, os maciços apresentam grande importância econômica, pois abrigam extensas reservas de minérios. a Europa, porém, são particularmente pobres. As raras exceções são algumas reservas expressivas de minério de ferro.
Os mais importantes maciços antigos europeus são:
· Alpes Escandinavos - Situados na península do mesmo nome, estendem-se pela Noruega e Sué­cia. Sua importância econômica reside na ocor­rência de algumas jazidas de minério de ferro.
· Montes Urais - Têm importância política, pois separam a Rússia européia da Rússia asiática. Apresentam também algumas jazidas minerais de grande importância comercial.
· Montes Peninos - Ocupam boa parte da Grã Bretanha. Durante a Revolução Industrial, suas reservas de ferro foram intensamente exploradas e, hoje, estão praticamente esgotadas.

América - Os maciços antigos concentram-se na leste. Na América do Norte, são destaques:
Planalto do Labrador - Situado na península do mesmo nome, no Canadá. Apresenta muitos rios planálticos, com grande potencial hidrelétrico.

· Apalaches - Posicionados paralelamente à costa Atlântica norte-americana, estão em parte recobertos por rochas sedimentares com grandes . jazidas de carvão mineral. Esse recurso energético tem sido utilizado desde os primórdios da indus­trialização dos Estados Unidos.
· Platô dos Grandes Lagos - Envolve os Grandes - lagos, que fazem a fronteira natural entre os Estados Unidos e o Canadá. É importante do ponto de vista econômico por possuir grandes reservas de minério de ferro, que - ao lado do carvão mineral dos Apalaches - impulsionou a.industrialização dos Estados Unidos a partir do século XVIII.

Na América do Sul, os maciços antigos mais impor­tantes são:
· Maciço das Guianas - Localizado entre o extremo norte do Brasil e ospaísesvizinhos (Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa). Nesses pla­naltos encontram-se as nascentes do rio Negro, que, nas proximidades da cidade de Manaus, se encon­tra com o Solimões para formar o Amazonas.
· Maciço Brasileiro - Compõe grande parte do Cen­tro-Sul do Brasil. Sua importância econômica resi­de na presença de grande variedade e quantidade de recursos minerais, sobretudo metálicos, como o ferro e o manganês. Além disso, sua densa rede hidrográfica, predominantemente planáltica, apre­senta grande potencial hidráulico, que em grande parte já é explorado.

África - A África é o continente que tem a maior porcentagem de suas terras formadas por maciços cristalinos, fato evidenciado por seu litoral retilíneo e pelo relevo desgastado. Daí sua grande riqueza em minerais metálicos e em pedras preciosas, especialmente ao sul, onde afiaram os terrenos cristalinos. Dos metais mais consumidos pela atividade industrial, pelo menos trinta ocorrem em larga escala na África.

As bacias sedimentares

Durante a fase de formação da Terra surgiram áreas situadas em nível mais baixo que seu entorno. Ao lon­go de milhões de anos, essas depressões foram preen­chidas por detritos, isto é, sedimentos oriundos do processo erosivo que atingiu as áreas elevadas mais pró­ximas. Tal fenômeno ocorre desde a era Paleozóica, em escala imperceptível para o tempo de vida humana. Associa-se a essas áreas a ocorrência de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão, xisto e gás natural.

Europa - Entremeando os maciços antigos euro­peus, estendem-se vastas bacias sedimentares, que se formaram em depressões escavadas pelo gelo durante o último período glacial. Tratam-se de bacias até hoje muito ricas em carvão mineral, intensamente explorado em países como a Polônia (Silésia) e a Ucrânia (Donbass). São planícies percorridas por rios navegáveis, que cons­tituem um dos principais meios de transporte da Euro­pa. Vamos conhecer melhor as duas maiores:
· Planície Germano-Polonesa - Essa bacia possuía grandes reservas carboníferas, que impulsionaram o desenvolvimento das indústrias de base alemãs ainda no século XIX.
· Planície Russa - Estende-se por quase toda a Rússia européia. Constitui praticamente um prolongamen­to da planície Germano-Polonesa.

América - Bacias sedimentares formam a porção cen­tral da América do Norte e da América do Sul. No centro- norte do Canadá elas são recobertas pela floresta boreal ou floresta canadense, também chamada taiga. Mais ao sul começa a área das pradarias (prairies), que se estendiam até o centro-sul do território norte-americano. Essa vegeta­ção hoje está muito reduzida, já que os grandes belts (cinturões agrícolas) passaram a predominar na região.
Essas bacias apresentam terrenos planos, com solos extremamente férteis. Seu subsolo é muito rico em combustíveis fósseis, sobretudo petróleo, extraído mais ao sul, nas proximidades do Golfo do México.

Na América do Sul destacam-se três grandes bacias sedimentares:
· Orenoco - Drenada pelo rio do mesmo nome. Rica em petróleo, é em grande parte recoberta por florestas que apresentam grande biodiversidade.
· Amazônica - Muito vasta, é drenada pela maior bacia hidrográfica do mundo, formada pelos inúmeros afluentes do Amazonas que descem dos maciços situados nos limites norte e sul. A rique­za mineral atrai milhares de garimpeiros há dé­cadas. Abriga também a maior área florestal do planeta, a rica floresta amazônica, alvo de gran­de cobiça internacional.
· Pantanal - É a mais típica planície do continente sul-americano. Extremamente plana, é inundável no período das chuvas (verão), acumulando gran­de quantidade de sedimentos recentes. Sua co­bertura vegetal é complexa, pois reúne espécies de várias paisagens vegetais sul-americanas.

Ásia - Destaca-se nesse continente a bacia sedimentar Indo-Gangética, encra­vada entre o Himalaia e o planalto do Decã. Essa imensa bacia é drenada por dois rios principais: o Indo, que atravessa o Paquistão de norte a sul, e o Ganges, rio sagrado indiano, que segue o sentido oeste-leste Já na China estendem-se a planície da Manchúria e a Grande Planície Chinesa, drenadas pelos rios Huang-Ho (Amarelo), Yang-tsé (Azul) e Si-Kiang (das Pérolas).juntos, Índia e Paquistão possuem mais de 1,3 bilhão de habitantes, praticamente o 2lesmo número de habitantes da China. Essas imensas populações vivem sobretu­do às margens dos rios. Por isso, seus vales são conside­rados os maiores formigueiros humanos do mundo.

Os dobramentos modernos

São estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes, afetadas por intenso tectonismo, sobretudo durante o período Terciário. Nas zonas de choque das placas tectônicas, a superfície da crosta se enruga e se ergue. Em muitos casos, ocorre a subducção, fenômeno geológico caracterizado pela sobreposição de placas tectônicas que origina as mais espetaculares elevações do planeta Terra, como a Cordilheira do Himalaia. Esse dobramento moderno, que ainda se encontra em formação, resulta da penetração da placa Indo-australiana por debaixo da placa Eurasiana.
Geralmente, os dobramentos modernos dispõem-se ao longo das regiões próximas às bordas das placas tectônicas. Agora vamos conhecer alguns deles, distribuídos pelos continentes.

Europa - Os dobramentos modernos concentram­-se no sul do continente. Muitas quedas-d'água confe­rem grande potencial hidráulico aos rios que cortam " essas montanhas, alimentados pelo degelo dos picos. Outro destaque é a beleza natural de seu relevo aciden­:ado, que impulsiona bastante o turismo. Vamos conhe­cer melhor essas montanhas:
· Bálcãs - Encontram-se na península do mesmo nome, conhecida pela grande instabilidade polí­tica.
· Alpes Centrais ou Suíços - Encontram-se ao norte da península Itálica. Famosas estações de inverno atraem muitos turistas, gerando renda para países como a França, a Suíça e a Itália.
· Pireneus - Dividem politicamente os territórios da França e da Espanha.

América - As Montanhas Rochosas atravessam toda a faixa oeste da América do Norte, desde o Alasca até a fronteira com o México. A partir desse ponto, a cadeia
divide-se em dois ramos, chamamos pelos mexicanos de Sierra Madre Oriental e Sierra Madre Ocidental.
O rios dessa região são encachoeirados e apresentam de potencial hidrelétrico. O mais famoso é o Colorado, cujo leito, ao escavar a rocha, formou o Grand Canyon, um desfiladeiro com cerca de 1000m de profundidade, cuja atrai turistas do mun­do todo.
Ao longo da América do Sul estende-se a Cordilheira dos Andes, um gigantesco paredão rochoso paralelo ao litoral do Pacífico, da Vene­zuela até o Chile. Em verdade,essas espetaculares montanhas foram e continuam sendo criadas pelo entrechoque das placas tectônicas Sul-Americana e Nazca.

Ásia - No extremo oriente desse continente, encontra-se o Japão, um país formado por mais de quatro mil ilhas vulcânicas e situado no ponto de contato entre as placas tectônicas Eurasiática e do Pacífico. Nessa faixa de contato é intenso o vulcanismo, e por isso a região é conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico.
A origem vulcânica é comprovada pelo relevo acidentado, onde mais de quinhentas montanhas têm altura superior a 2.000 m; entre estas destaca-se o sagrado monte Fuji, ponto culminante do Japão, com mais de 3.700 m de altitude. Esses dobramentos modernos desaparecem apenas em alguns trechos do litoral, dando lugar a algumas pequenas planícies.
Esse relevo montanhoso oferece vantagens e desvantagens ao Japão. Dentre as desvantagens, podemos destacar:
· inúmeros vulcões e constantes terremotos;
· carência de espaços mais favoráveis às atividades agrícolas e à urbanização;
·escassez de recursos minerais e energéticos.

Com relação às vantagens que o relevo acidentado propicia, destaca-se o potencial hidrelétrico dos rios encachoeirados. Essa fonte energética, apesar de ser totalmente explorada, não é suficiente para atender à gran­de demanda do país. Por isso, torna-se necessária a im­portação maciça de outras fontes de energia, como o petróleo.
Contudo, o principal dobramento moderno asiático é a cordilheira do Himalaia, uma gigantesca muralha natural que reúne as mais altas montanhas do mundo. O Himalaia formou-se pelo choque de duas gigantes­cas placas tectônicas, a Eurasiática e a Indo-australiana.

África - Esse continente é atravessado, na porção leste, pelo Rift Valley. Essa enorme falha geológica deverá, em futuro ainda muito distante, separar parte do extremo leste (o "Chifre da África") do restante do continente. Dentre os principais acidentes geográficos que têm origem nessa enorme fenda geológica, destacam-se dois:
· os lagos tectônicos, especialmente três: Niassa, Tanganíca e Vitória;
· os dobramentos modernos, especialmente dois picos: o Quilimanjaro, ponto culminante da Africa, e o monte Quênia, que, mesmo atravessado pela linha do equador, apresenta em seu cume neveves eternas.

As paisagens climatobotânicas (ou naturais)

Os diversos elementos do meio ambiente combi­nam-se de diversas maneiras na superfície terrestre. Tais combinações foram responsáveis pela formação dos biomas, grandes unidades da superfície que apresen­tam certa homogeneidade em aspectos como clima, solo, vegetação e agrupamentos de seres vivos.
Geralmente, os biomas são identificados pelos geógrafos a partir da sua formação vegetal típica, uma vez que essa apresenta características compatíveis com o clima dominante em sua área de ocorrência.
Resultado dessa interdependência entre clima e ve­getação, os biomas formam, em última análise, as cha­madas paisagens climatobotânicas, objeto de estudo de um ramo da geografia chamado fitogeografia, que ­estuda a distribuição das grandes formações vegetais pelo planeta.
Embora cada paisagem natural possa registrar. ­seu interior, pequenas diferenciações, guardam entre si um elevado grau de homogeneidade, especialmente nos aspectos de clima e vegetação, isto é, em suas características climáticas e fitogeográficas.
Como a vegetação é considerada "espelho" do ­ma, isto é, reflete as condições climáticas da sua área de ocorrência, estudaremos, em primeiro lugar, as características climáticas gerais para que possamos, em segui­da, retratar as grandes paisagens naturais da Terra.

O clima e seus fatores

Já sabemos que o clima de um determinado lugar é condicionado por alguns fatores, conhecidos como fatores climáticos. Esses fatores podem ser estáticos e dinâmicos. Os estáticos são:
Latitude - é a distância em graus entre um ponto qualquer da superfície terrestre e o equador. Devido à inclinação do eixo e à curvatura da Terra, as maiores latitudes sofrem uma forte oscilação das médias das tem­peraturas nos meses de janeiro e julho, fenômeno observado nos mapas a seguir.
Note que as médias térmicas são inversas nos dois hemisférios. Assim, no hemisfério norte, as maiores temperaturas são registra das no mês de julho, quando as médias térmicas são as mais baixas no hemisfério sul. Nos mês de janeiro, a situação se inverte, já que, no hemisfério norte, ocorrem as médias de temperaturas mais baixas, enquanto as médias são as mais altas no hemisfério sul.
Esse fenômeno se explica pela inclinação do eixo de rotação da Terra, cuja superfície fica exposta desigualmente aos raios solares.
A desigual incidência do sol é particularmente sensível em latitudes superiores aos trópicos. Nessas faixas climáticas, a incidência solar oscila ao longo do ano, resultando no fenômeno das estações do ano, inverti­as dois hemisférios. Assim, no inverno, os raios solares são mais oblíquos e também mais refletidos pela superfície terrestre, que, assim, se aquece menos.

A incidência solar não oscila tanto na região do glo­bo próxima à linha do equador. Conseqüentemente, a Zona Climática Intertropical - como é chamada essa região delimitada pelos trópicos de Câncer (ao norte) e de Capricórnio (ao sul) - não apresenta diferenças tér­micas significativas ao longo do ano.
Altitude - À medida que a altitude aumenta, a temperatura diminui, dada a menor capacidade das áreas montanhosas para reter a energia solar. Assim, a cada 1.000 m, a temperatura cai, em média, 6 °C. Além disso, nas maiores altitudes o ar é mais rarefeito, o que dificul­ta a retenção do calor.
Entre os fatores dinâmicos, destacam-se as massas de ar, que se deslocam de acordo com as diferenças de pressão atmosférica, isto é, das áreas de alta pressão para as de baixa pressão.

Outros fatores climáticos importantes:
· Vegetação - Em regiões densamente florestadas, como a Amazônia, o calor provoca a transpiração das plantas, que, associada ã evaporação da água em geral, dá origem à chamada evapotranspiração. Esta, por sua vez, determina em parte as condi­ções climáticas de uma dada região, uma vez que regula o volume de chuvas e as médias térmicas.
· Atividades antrópicas - Cada vez mais são apon­tadas como responsáveis por alterações climáticas. A atividade humana industrial, urbana e agrícola aumenta a concentração atmosférica de alguns ga­ses e aquece a média térmica da atmosfera do pla­neta. Esse aumento de temperatura causa impactos no clima global, criando situação de vulnerabilidade para a agricultura, aumentando o nível dos ocea­nos e afetando o ambiente global.

· Correntes marinhas - A correntes quentes, evidentemente, evaporam mais, aumentando a umidade relativa do ar, inclusive das áreas conti­nentais próximas. Esse fenômeno é responsável pela formação de nuvens e de precipitações. Por outro lado, os continentes banhados por corren­tes frias recebem menor influência da maritimida­de. Nessas áreas, há um predomínio marcante do ar seco continental, fenômeno conhecido como continentalidade, que pode inclusive ocasionar o aparecimento de desertos.

Fatores climáticos dinâmicos: as massas de ar em movimento

• O principal fator dinâmico do clima é o movimento do ar, o vento. Sua origem e sua direção estão ligadas aos deslocamentos de massas de ar, que tendem a se movimentar dos locais de maior pressão atmosférica para os locais de menor pressão.

A pressão atmosférica é resultado direto dos deslo­camentos do ar sobre a superfície terrestre. As regiões tropicais são geralmente aquelas que têm as pressões mais altas e, portanto, são dispersoras de ventos. Esses ventos, que se movimentam dos trópicos para o equa­dor, são chamados de alísios. Devido à rotação da Ter­ra, o ar não se desloca diretamente para o equador e sofre um ligeiro deslocamento para leste; assim, os alísios de nordeste têm origem no Trópico de Câncer; os alísios de sudeste provêm do Trópico de Capricórnio.
tropicais são geralmente aquelas que têm as pressões mais altas e, portanto, são dispersoras de ventos. Esses ventos, que se movimentam dos trópicos para o equa­dor, são chamados de alísios. Devido à rotação da Ter­ra, o ar não se desloca diretamente para o equador e sofre um ligeiro deslocamento para leste; assim, os alísios de nordeste têm origem no Trópico de Câncer; os alísios de sudeste provêm do Trópico de Capricórnio.

Os grandes climas do planeta e suas principais características

Vimos que os fatores climáticos, como a altitude, as massas de ar, as correntes marítimas e a posição latitudinal, se apresentam e se repetem em todos os quadrantes do planeta.
Levando-se em consideração esse fato, diversas classificações climáticas foram feitas. De maneira geral os principais tipos climáticos são:

Clima equatorial

Tipo de clima localizado entre 5°N e 5°S, ou seja, muito próximo da linha do equador. As principais áreas de ocorrência são as bacias do Congo e do Amazonas, ilhas do Sudeste Asiático e ainda da costa oriental da América Central.
As temperaturas médias anuais situam-se entre 24°C e 27 ºC, e a temperatura média mensal é sempre supe­rior a 18°C (o Sol anda sempre muito próximo do zênite ponto mais alto na abóbada celeste). A amplitude termica anual é inferior a 4°C, ou seja, as oscilações mínimas.
As chuvas são abundantes o ano todo, sendo raramente inferiores a 60 mm no mês. São de convecção, ou seja, oriundas do ciclo da água.



Clima tropical

• A área de ocorrência encontra-se entre 50 e 300 N e S, destacando-se partes da Venezuela e da Colômbia, inte­rior do Brasil, Sudão, porção oriental da África, parte da África do Sul, norte da Austrália e regiões da América Central. Suas temperaturas são constantemente eleva­das ao longo do ano, visto que o Sol se encontra quase sempre próximo do zênite. Assim, a duração dos dias e noites não varia muito ao longo do ano. A temperatura média anual é elevada, e as médias mensais são supe­riores a 18 De. A amplitude térmica anual é superior à do clima equatorial, oscilando entre 15 °C e 20 °C.
As chuvas são essencialmente de origem convectiva. No entanto, nas regiões montanhosas são comuns chuvas de origem orográfica. Nessas regiões montanhosas os totais anuais e mensais chegam a atingir valores muito elevados; por exemplo, no norte da Índia, numa localidade chama­da Cherrapunji, a média anual é de 11.440 mm, e em um único mês foram registrados 9.300 mm. Situação seme­lhante verifica-se nas serras próximas do litoral brasileiro. Mesmo assim, de maneira geral, as chuvas anuais nas áreas tropicais ainda são menores que nas regiões equatoriais.
O clima tropical caracteriza-se genericamente pela existência de duas estações ou períodos: a estação mais úmida e a estação seca.

Clima desértico

A área de ocorrência mais comum situa-se entre os 150 e 450 N e S, coincidindo com as faixas tropicais. São destaques o norte do México, o sudoeste dos EUA, todo o norte da África, a Arábia, o Irã, o Paquistão, o interior da Austrália, o sudoeste da África do Sul e a faixa for­mada por Peru e Chile.
As temperaturas sofrem grandes oscilações ao lon­go do dia, superiores a 30 °C, em função da pequena capacidade do solo de reter o calor. As temperaturas médias mensais são elevadas, situando-se acima dos 35 °C.
As chuvas são fracas ou inexistentes, sendo nor­malmente inferiores a 150 mm por ano. A precipita­ção ocorre sempre de forma localizada, como aguaceiros, sendo muito irregular, Pode ser desastro­sa, visto que, como não há vegetação, o escoamento é muito rápido e pouco proveitoso, formando-se tor­rentes de lama. A maior parte da água que cai evapo­ra em seguida.
A aridez, reforçada pela presença de correntes frias, que fornecem pouquíssima umidade para os litorais, é a principal característica do clima desértico.

Clima mediterrâneo

Sua área de ocorrência está entre 30° e 40° N e S, destacando-se a bacia do Mediterrâneo, o centro do Chile, o sul da África do Sul e o sul da Aus­trália.
As temperaturas são elevadas durante a maior parte do ano, chegando à média de 22°C anuais. No inverno, porém, as temperaturas são suaves. A amplitude térmi­ca anual não é significativa e fica próxima dos 15 ºC A média do mês mais quente é superior a 28°C, mas a média do mês mais frio nunca é inferior a 5 ºC.
As chuvas ocorrem principalmente nos meses de outono e inverno, e a precipitação tem origem frontal (associada à passagem das frentes frias). O total anual e precipitação é superior a 500 mm, mas é inferior mas é inferior a 1000 mm (média).
Podemos afirmar que esse clima tem como características gerais um verão quente, seco e prolongado e um inverno suave, chuvoso e curto.

Clima temperado continental

A principal área de ocorrência está entre 35° e 45° N, no interior dos continentes, em especial no nordeste e norte dos EUA, interior da península Balcânica, norte da China, interior da Coréia e do Japão e toda a parte centro-leste da Europa.
As temperaturas médias anuais são inferiores à do clima temperado oceânico (± 10 °c) A temperatura mé­dia do mês mais quente ultrapassa os 22 °C e a média do mês mais frio é inferior a O °C, o que significa consi­derável amplitude térmica anual.
As chuvas não são abundantes; aliás, a pluviosidade é baixa, se comparada à do clima temperado oceânico. Nas regiões montanhosas é ligeiramente mais elevada. As maiores precipitações concentram-se nos meses de verão, de origem convectiva, e no inverno, sob forma de neve. De maneira geral, o verão é quente, curto e chuvo­so; o inverno é muito frio, pouco chuvoso e mais pro­longado.

Clima temperado oceânico

A área de ocorrência encontra-se entre 40° e 65° i e S, com destaque para toda a parte Atlântica da Europa, do norte da Espanha até o sul da Escandinávia, o litoral sul do Chile, extremo sul da Austrália, Nova Zelândia e Tasmânia, litoral noroeste dos EUA e litoral sudoeste do Canadá. As temperaturas médias anuais estão em torno de 20°C e a amplitude térmica anual é considerável, embora diminuída pela proximidade do mar, que fun­ciona como elemento de equilíbrio térmico. Essas tem­peraturas baixas são amenizadas na costa atlântica européia porque o calor da corrente marítima do Golfo diminui o impacto do frio na região.

As chuvas, geralmente de origem frontal, são abun­dantes durante todo o ano. Não há meses secos. A ele­vada nebulosidade é característica, em função da alta umidade do ar.


Clima temperado continental frio

Sua área de ocorrência situa-se entre 45° e 60°/65° N, onde se encontra a Europa Oriental (sobretudo a Polônia e a Rússia), parte da Sibéria (faixa dos 55° N), norte da Manchúria, norte do Japão, norte dos EUA e sul do Canadá.
As temperaturas médias anuais são baixas. A média do mês mais quente não atinge 20°C e a média do mês mais frio é inferior a O 0e. As chuvas são poucas, com total anual inferior a 750 mm; no inverno as precipita­ções ocorrem quase sempre sob a forma de neve. Du­rante o verão ocorrem fortes elevações da temperatura. mas por curtos períodos.

Clima subpolar

A área de ocorrência situa-se entre 55° e 65° -, onde se localizam a Suécia, a Finlândia, o norte da Rússia (Sibéria), o Alasca e grande parte do Canadá. Faz a tran­sição do clima continental frio para o clima polar. As temperaturas médias anuais são muito baixas, e a mé­dia do mês mais quente não supera os 10°C; nos,meses mais frios essa média pode atingir -20 0e. As chuvas são escassas e a maior parte das precipitações ocorre sob forma de neve ao longo do ano.

Clima polar

Esse clima está presente nas latitudes mais elevadas, tanto ao norte quanto ao sul do planeta. As principais áreas de ocorrência são o norte da Sibéria, Alasca, Canadá, toda a Groenlândia, a maior parte da Islândia e a Antártida. As temperaturas são sempre muito baixas, não há uma estação quente. A média do mês mais quente não chega a 10 °C, e a média do mês mais frio é muito inferior a O °C. A média anual é a mais baixa de todo o mundo. No período correspondente ao verão o aqueci­mento do ar é prejudicado pela inclinação dos raios solares, que diminui a superfície de insolação na re­gião. As chuvas inexistem, e as precipitações ocorrem sob forma de neve.

Clima frio de montanha ou clima de altitude

A área de ocorrência desse clima está nas regiões de grande altitude das cadeias montanhosas. Todas as precipitações ocorrem sob forma de neve, e as temperaturas chegam, nos pontos mais frios, a -30°C; durante o verão não chegam a 10 °C. O principal fator que determina o frio é o ar rarefeito, em função da altitude, que impede a propagação do calor.

Nas regiões dos picos a superfície inclinada não é favorável a um aquecimento homogêneo e nem ã retenção de calor. Assim, a irradiação do calor é bem menor nessas regiões.
Observe agora, no mapa abaixo, a distribuição dos diversos tipos de clima na superfície do planeta. Essa imagem é fundamental para a compreensão das grandes paisagens climatobotânicas, que estudaremos a seguir.

As paisagens climatobotânicas da Europa

O principal fator climático europeu é a latitude, Atravessada ao norte pelo Círculo Polar Ártico, a Euro­pa está situada em duas zonas climáticas do hemisfério norte: na polar e na temperada,
Mesmo sendo o principal fator climático, a latitude não age sozinha, Outros fatores climáticos também atuam no continente:
· A corrente do Golfo (influência do mar) - Tra­ta-se de uma corrente marinha quente que ba­nha a costa atlântica européia, A evaporação dessas águas origina um clima úmido na Euro­pa Ocidental, chamado de temperado oceânico, que diminui a amplitude térmica (a variação de temperatura), tornando os verões e os invernos mais brandos,
· A continentalidade - No interior do continente predomina o clima temperado continental. Mais seco, registra grandes amplitudes térmicas e, por­tanto, verões e invernos muito acentuados,

Os grandes biomas europeus

Agora que conhecemos os tipos de climas dominan­tes na Europa, fica fácil compreender as formações ve­getais originais do continente:

• Paisagem do clima polar - tundra
A palavra tundra, de origem finlandesa Ctunturia), significa terra despida de árvores, Ocorre no extremo norte da Europa, constituindo uma paisagem molda­da pelo frio; o clima polar tem origem na massa polar ártica, que atua praticamente durante o ano todo, No inverno, os fortes ventos glaciais fustigam e destroem toda a vegetação rasteira que cobre o solo, As tem­peraturas são extremamente baixas, podendo atin­gir -30°C nos meses mais frios, A pressão atmosférica muito alta faz com que o ar seja relativamente seco; embora a quantidade de precipitação seja muito se­melhante à dos desertos, a taxa de evaporação é bai­xa e, portanto, a quantidade de água presente na tundra é adequada às diversas formas de vida lá exis­tentes, No verão a temperatura sobe, podendo atingir mais de O °C, o que permite que a vegetação se de­senvolva.
Especificamente, tundra é o nome dessa vegeta­ção rasteira, adaptada às baixas precipitações e solos pobres) com períodos de crescimento e reprodução muito curtos (brota e floresce em cinqüenta ou ses­senta dias). Trata-se de um conjunto composto por mais de 1.700 espécies de plantas que conseguem resistir a condições naturais muito adversas.
A tundra surge também nas altas montanhas que formam os dobramentos modernos europeus, precisa­mente na faixa de transição entre os pinheiros e as ge­leiras permanentes dos cumes.
O solo da tundra é praticamente impermeável devi­do à presença de uma fina película de gelo (permafrost), logo abaixo da superfície, Essa camada congelada do solo cria uma barreira ao desenvolvimento de raízes profundas, inibindo assim o crescimento de espécies arbóreas.
Durante o degelo, a água infiltra-se nas fendas das rochas, desagregando-as e transformando-as em solos propriamente ditos.
A tundra floresce num ciclo ininterrupto já há al­guns milhares de anos, É formada sobretudo por liquens, plantas originadas da associação simbiótica entre fun­gos e algas, Os liquens são muito resistentes às condi­ções climáticas do Ártico, mas muito sensíveis à poluição.

Embora os liquens e musgos sejam a, vegetação majoritária, existem outros tipos de plantas que tam­bém fazem parte da tundra, como pequenos arbustos e outras formações rasteiras.

· Paisagem do clima temperado continental ­taiga
Taiga é o nome russo usado para designar a floresta boreal, composta por algumas espécies de coníferas. Essa floresta se desenvolve ao sul da tundra, no norte da Escandinávia e da Rússia.
Resta apenas 0,3% da cobertura original dessas coníferas. _ o entanto, a adoção de políticas de reflorestamento tem permitido a expansão dessa floresta desde a década de 1990. Dois motivos justificam essa tendên­cia: a exploração comercial da taiga, cuja madeira é apropriada para a fabricação de papel e celulose, e a crescente conscientização ecológica do continente europeu.

· Paisagem do clima temperado oceânico - flo­resta temperada
A floresta temperada é a paisagem climatobotânica que ocorre no oeste da Europa, área em que predomi­na o clima temperado oceânico, com as estações bem: definidas, invernos relativamente rigorosos e verões quentes e úmidos. A vegetação compreende árvores de grande porte, muitas das quais latifoliadas, como nogueiras, carvalhos e faias. A floresta temperada também é conhecida como decídua ou caducifólia porque, para suportar o inverno rigoroso, as espécies latifoliadas perdem suas folhas no outono.
Atualmente, essa vegetação se encontra praticamente extinta na Europa. Restam apenas algumas pequenas ::lanchas, sob forma de bosques preservados, dada a grande expansão das atividades antrópicas em sua área de ocorrência, como a agricultura e o crescimento de áreas urbano-industriais.

· Paisagem da costa do Mediterrâneo -maquis e garrigues
Na Europa meridional, o clima denomina-se mediterrâneo e é caracterizado por registrar verões secos e quen­tes. Já os invernos são em geral úmidos e moderados, com temperaturas mínimas que variam entre 6 °C e 10 °C.
Essa alternância de inverno chuvoso e verão seco decorre dos efeitos revezados de ventos úmidos oci­dentais durante o inverno e do simum durante o verão, vento quente e seco oriundo de uma zona de alta pressão subtropical situada no coração do deserto do Saara.
A vegetação mediterrânea típica é complexa, formada por árvores (carvalhos, oliveiras, sobreiros), arbus­tos (murtas, urzes) e gramíneas.
Essas formações vegetais desenvolveram meios para reduzir a perda de água durante os verões quentes e
secos. As árvores e os arbustos, por exemplo, têm fo­lhas duras, pequenas e escuras, revestidas por uma es­pécie de cera vegetal. Diversas espécies apresentam ainda seus troncos revestidos por uma camada de corti­ça, que as protege das queimadas naturais, muito co­muns nos verões secos. Algumas espécies são decíduas, isto é, perdem as folhas nos meses de maior estiagem.
Ao longo dos séculos, essa vegetação foi muito modificada pelas atividades antrópicas, principalmente a exploração florestal, o pastoreio de cabras e ovelhas e a expansão da agricultura. O desmatamento exacerba­do resultou até na desertificação de algumas áreas, es­pecialmente na Espanha e na Grécia. Outro resultado desse impacto ambiental foi a degradação da vegetação de floresta natural, reduzida às formações arbustivas características da região, o maqui e a garrigue.
A vegetação conhecida como maqui é formada por arbustos altos, que chegam a 6 m de altura. Constituem densos aglomerados, quase impenetráveis.
A garrigue (charneca, em Portugal) é composta de arbustos perenes anões de até 50 cm de altura, esparsos. Seus arbustos são freqüentemente espinhosos ou aro­máticos, propriedades desenvolvidas para a defesa das plantas contra os animais que se alimentam delas. Mui­tas ervas com fins culinários tiveram as suas origens na garrigue: lavanda, alho, salva, alecrim, tomilho. Duran­te a primavera, seu período de reprodução, a garrigue ostenta um magnífico leque de cores, que reflete a diversidade de espécies vegetais.
Paisagens climatobotânicas da África,
o continente espelhado

Esse continente foi chamado por geógrafos france­ses de "continente espelhado". Esse título é uma alusão ao fato de ocorrerem nesse continente paisagens simétri­cas. Ou seja, as mesmas paisagens climatobotânicas são encontradas tanto ao norte quanto ao sul do equador.
Tal simetria decorre, sobretudo, da latitude, fator climático determinante na formação dos biomas africanos. O fenômeno deve-se ao fato de que a África é o único continente realmente centrado sobre a linha do equador. Assim, durante todo o ano os raios solares incidem diretamente sobre boa parte do continente, que apresenta uma temperatura média anual superior a 20°C (é o mais quente de todos). Em direção às extremida­des norte e sul, porém, o clima quente se atenua, tor­nando-se temperado. Vamos conhecer melhor as grandes paisagens naturais desse continente.

· Paisagem do clima equatorial- floresta equa­torial africana
Na faixa equatorial há um permanente verão. A temperatura é sempre muito elevada, o que acarreta evapo­ração intensa, baixa pressão e, conseqüentemente, um período chuvoso que se estende por dez ou onze meses.
A bacia do rio Congo (África Ocidental), por exemplo, área dominada pelo clima equatorial, caracteriza-­se pelas elevadas temperaturas e chuvas abundantes durante todo o ano. Nenhum outro bioma terrestre tem um clima tão uniforme. A amplitude térmica anual, por exemplo, nunca ultrapassa 6 0c. Nesse clima quen­te e úmido desenvolve-se a mais rica e exuberante formação vegetal da Terra: a floresta equatorial, um denso emaranhado das mais variadas espécies vege­tais, povoado por uma fauna numerosa e diversificada. Essa floresta, sempre verde, rica em espécies megatermicas, hidrófilas e latifoliadas, formam um emaranhado compacto, onde se sobressaem árvores com até 50 metros de altura. Essa exuberante variedade de árvores, acrescida de grande quantidade de cipós, a tor­na abafada e úmida.
A floresta tropical pluvial africana é uma vegetação exuberante, composta por vários extratos, que abarcam desde as árvores mais altas (abóbada) até a subselva, formada por pequenas árvores adaptadas ã sombra. Mais _baixo ainda, estão as ervas e os arbustos que toleram
condições sombrias. As grandes árvores são dotadas de raízes muito resistentes, capazes de sustentar o enorme peso dos troncos e copas no solo permanentemente encharcado.
Devido às altas temperaturas e ã riqueza de insetos, fungos e bactérias, as folhas se decompõem rapidamente, formando uma fina camada rica em matéria orgânica, principal responsável pela exuberância da mata. Na verdade, a riqueza nutritiva do solo das florestas tropicais e equatoriais é parte de um fenômeno denominado automanutenção da floresta.
Quanto ao solo, até há bem pouco tempo se acreditava que apenas uma elevada fertilidade poderia abri­gar tamanha riqueza vegetal. Mas, atualmente, com o avanço desenfreado da devastação, percebe-se que o solo fica extremamente empobrecido quando se retira a flora nativa, dada a aceleração dos processos de lixiviação e erosão.
A vida animal e vegetal nesse bioma é, evidentemente, muito diversificada. Como na Amazônia, a floresta equatorial africana detém uma enorme reserva de genes, alguns deles potencialmente muito valiosos, que ainda não foram usados pela humanidade. Porém, a ganância do homem está dizimando rapidamente essa formação vegetal. Basta lembrar que, na África, restam apenas 8% das florestas originais.
Entre as principais causas da destruição da flores­ta equatorial podem-se relacionar: a utilização agrí­cola do solo, a expansão demográfica, a exploração da madeira, a formação de pastagens para a pecuária extensiva.
· Paisagem do clima tropical - florestas e savanas
As regiões tropicais são quentes e alternada mente secas (inverno) e úmidas (verão). De fato, o clima tropical jamais registra temperatura média do mês mais frio inferior a 18°C ou chuvas anuais inferiores a 500 mm, tornando possível::a prática da agricultura sem irrigação.
Adaptadas a essa alternância de verões chuvosos e invernos secos, surgem as savanas. Essas formações vegetais ocorrem em ambos os lados do equador, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul, circundan­do as florestas latifoliadas equatoriais e estendendo-se até os limites dos desertos subtropicais: Saara, ao norte, e Calaari, ao sul. Nas áreas que apresentam solos mais Férteis, aparecem as florestas tropicais, que, apesar de guardarem grande semelhança com as florestas equatoriais, apre­sentam algumas espécies adaptadas às longas estiagens de inverno, que registra no mês mais seco índices plu­viométricos inferiores a 60 mm. Onde dominam as savanas, há maior amplitude térmica anual, porém sempre ­inferior a 12°C.
A savana é uma vegetação complexa, apresentando desde algumas árvores frondosas e arbustos até campos formados por ervas e gramíneas; esses campos vi­cejam no verão, mas ficam ressequidos no inverno, dificultando seu aproveitamento para a pecuária. As espécies vegetais de maior porte, como os arbustos e arvores, têm poucas folhas, geralmente pequenas, e cascas grossas, adaptação desenvolvida para diminuir a perda de água durante o inverno seco. Entre as árvores mais comuns nesta paisagem natural destacam-se a acácia e o baobá.

Os grandes desertos africanos

Limitando as savanas africanas ao norte e ao sul surgem dois grandes desertos, o Saara e o Calaari, caracterizad­os por índices pluviométricos sempre inferiores a 250 mm anuais. Tal cenário é agravado pela má distribu­ição das chuvas, que geralmente caem na forma de pancadas ocasionais. A falta de umidade no ar provoca uma grande variação da temperatura anual e, principalment­e, diária. No Saara, por exemplo, podem-se verificar temperaturas de 40 °C durante o dia e O °C durante a madrugada. Esse gigantesco deserto tem origem em dois importantes fatores:

· A passagem de correntes marinhas frias, que tangenciam o litoral atlântico nas latitudes de ambos os desertos. O Calaari é banhado pela corrente fria de Benguela, ao longo do litoral da Namíbia; o Saara é banhado pela corrente fria das Canárias, que tangencia o litoral do Saara Ocidental.
· As elevadas pressões subtropicais nesses dois desertos. O Saara é atravessado pelo Trópico de câncer, e o Calaari é cortado pelo Trópico de Capricórnio; assim, constituem áreas dispersoras respectivamente, dos ventos alísios de nordeste e de sudeste, que seguem para o equador.
Os desertos propriamente ditos têm uma vegetação xerófila extremamente pobre, destacando-se plantas do ­tipo bromeliáceas e as cactáceas. Essas plantas apresen­tam geralmente espinhos e raízes profundas. o Saara e o Calaari são cercados por faixas de tran­sição, dominadas pelo clima semi-árido e com vegetação de estepe: gramíneas dispersas e pequenos arbustos, que no conjunto não chegam a cobrir o solo. Nessas regiões, algumas tribos deslocam-se com seus rebanhos, sobretudo cabras e ovelhas, em busca permanente de pastos melhores.
Entre o limite sul do Saara e as savanas surge o Sahel, região semi-árida estépica, antigo reduto do pastoreio nômade. Porém, a contínua expansão de uma forma de agricultura predatória, com intenso uso de queimadas, desencadeou um processo de desertificação antrópica. O Saara chegou a se expandir até 10 km num único ano.
A partir dos anos 1990, no entanto, graças a um pequeno aumento das chuvas e à atuação de várias ONGs européias, que implementaram programas de re­cuperação ambiental de áreas degradadas, notou-se um recuo das áreas desérticas.

As paisagens climatobotânicas da América do Sul
Na América do Sul, os climas dominantes são muito semelhantes aos africanos. Essa similaridade se estende também às paisagens naturais, um reflexo da posição semelhante desses dois continentes quanto à latitude.
A semelhança dos climas africanos e sul-americanos pode ser constatada tomando-se como referência o equa­dor e o Trópico de Capricórnio: ambos são atravessa­dos por essas linhas imaginárias, redundando ainda na ocorrência de formações vegetais semelhantes. É o caso da savana, que, no Brasil, se apresenta como cerrado e caatinga.
No entanto, há muitas diferenças entre as paisagens climatobotânicas desses dois continentes, o que comprova a atuação de outros fatores climáticos, além da latitude. Vamos conhecer, então, as paisagens naturais sul-america­nas mais importantes que ainda não foram estudadas.
• Os desertos sul-americanos
Dois grandes desertos ocorrem na América do Sul: c Atacama e a Patagônia. O Atacama decorre da interação de dois fatores: a corrente fria de Humboldt, que banha o litoral norte do Chile, e os Andes, enormes dobramentos modernos que barram a penetração de ar úmi­do marinho para o interior do Chile e do Peru.
Por sua vez, a Patagônia resulta da atuação da cor­rente fria das Falklands (Malvinas), que tangencia o li­toral sul da Argentina. • As paisagens andinas
Já vimos que os Andes são um exuberante alinhamento montanhoso que se estende pela faixa ocidental da América do Sul, interligando os extre­mos sul e norte desse continente. M,­sim sendo, duas zonas climáticas, a temperada e a tropical, são cortadas por esses dobramentos modernos.
Na zona climática tropical, essas montanhas apresentam enorme varie­dade de paisagens nas encostas, regis­trando desde a presença de florestas latifoliadas tropicais no sopé até gelei­ras eternas no cume.
Seguindo em direção ao sul, já na zona climática temperada, as florestas latifoliadas desaparecem das encostas, substituídas por florestas de coníferas e campos. Ainda mais ao sul, em áreas de latitudes bem mais elevadas, neves eternas recobrem as montanhas, des­de a base até o cume.

As paisagens climatobotânicas da América do Norte

Os climas da América do Norte estão associados sobretudo a três fatores: a latitude, a altitude e as correntes marinhas. No entanto, nota-se uma relativa simi­laridade de suas paisagens climatobotânicas com aquelas que predominam na Europa. Tal fato decorre da localização geográfica desses continentes: ambos estão qua­se inteiramente situados na zona temperada do hemisfério norte.
As principais paisagens climatobotânicas norte-americanas são:
• Área de domínio do clima polar: a tundra
No extremo norte do Canadá, faixa de altas latitudes, predomina o clima subpolar, caracterizado por lon­gos invernos, que fazem com que a neve dure quase todo O ano. Nos breves períodos de degelo, surge a tundra, que, como vimos, constitui uma vegetação ras­teira muito diversificada, formada, sobretudo, por mus­gos e líquens.

• Área de domínio do clima temperado frio- taiga Trata-se de uma vasta faixa de terras que ocupa todo o centro do Canadá, dominada pelo clima temperado frio. Apesar de já registrar as estações bem definidas, seus invernos são mais longos, determinando a presen­ça da taiga. Essa floresta de pinheiros também é chama­da de floresta canadense ou boreal, sendo muito explorada pela indústria de papel e celulose. Hoje, po­rém, programas rigorosos de reflorestamento estão sen­do implantados para proteger esse bioma.

· Área de domínio do cli­ma temperado típico ­pradarias
Essa vasta área se estende do centro dos Estados Unidos ao sul do Canadá. As quatro estações do ano são bem caracterizadas e registram chuvas generosas, o que favorece a ocorrência das pradarias, extensos campos de gramíneas que recobrem todo o solo de forma homogênea.
Parte dessas pastagens natu­rais ainda são aproveitadas pela pecuária. No entanto, a expan­são dos grandes cinturões agrí­colas, voltados para a produção de cereais, sobretudo, ameaça de desaparecimento essa formação rasteira.
· Área tropical- pântanos e florestas latifoliadas
Essa área forma um arco que abrange o sul dos Estados Uni­dos (Flórida) e se estende até o México. Suas características são parecidas com aquelas apresen­tadas pelo clima tropical brasilei­ro: duas estações bem-definidas (verão chuvoso e inverno seco). Nessa área ocorrem alguns pân­tanos (os Everglades) e florestas latifoliadas, semelhantes à Mata Atlântica brasileira.
• Paisagens de montanhas Nas montanhas jovens, a al­titude é o fator climático mais atuante. É o que se nota nas Montanhas Rochosas (oeste dos Estados Unidos e do Canadá) e nas Sierras Madres mexicanas. Nessas localidades, predomina o clima frio de montanha, que fa­vorece o aparecimento de coníferas, seguidas de cumes com neves eternas. Os desertos norte-americanos
A altitude expressiva das Rochosas e das Sierras Ma­dres é responsável também pela oconência de desertos tanto nos Estados Unidos quanto no México. Esse fenômeno resulta da baixa umidade relativa do ar, que, inter­ceptado por essas montanhas, não carrega a já reduzida umidade oceânica (maritimidade) para o interior.

Particularidades da natureza da América do Norte

• A fraca influência marítima do Pacífico no litoral da Califórnia é responsável ainda pela ocorrência de um clima inusitado nessa área, o clima mediterrâneo. Aí o clima se assemelha tanto ao do sul europeu que propi­cia o surgimento de uma vegetação semelhante à medi­terrânea.
Mais ao norte, nas proximidades com o Canadá, as águas do Pacífico são mais quentes graças à Corrente do Japão, que tangencia o litoral e provoca grandes índices pluviométricos nessa área, que abriga cidades importan­tes, como Seattle (EUA) e Vancouver (Canadá).
Já nas proximidades de Nova York, do lado do Atlân­tico, atua a corrente marinha fria do Labrador, que, nos meses de inverno, chega a congelar o porto de Nova York e a foz do rio Hudson, em torno da qual ergueu-se a maior metrópole norte-americana.
Finalmente, é importante lembrar que, sobre o Gol­fo do México e o Caribe, notadamente nos meses de outono, formam-se furacões e tornados. Esses fenôme­nos têm início quando as massas de ar quente que atuam sobre as águas da região se chocam com as primeiras massas polares vindas do norte.

Paisagens climatobotânicas do Japão

Composto por mais de 3 mil ilhas distribuídas ao longo de um arco com cerca de 1.500 quilômetros de extensão no sentido norte-sul, o território japonês é fortemente influenciado pela latitude. Porém, as elevadas altitudes no interior do país, região muito montanhosa, atenuem as temperaturas, especialmente nas áreas mais afastadas do litoral.
As quatro ilhas principais do arquipélago, Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu, encontram-se totalmente no interior da zona climática temperada do hemisfério norte. Essa posição geográfica é responsável pelo pre­domínio de paisagens temperadas. Vamos conhecer melhor essas grandes ilhas, destacando a atuação dos principais fatores climáticos.
• Ilha de Hokkaido
Formada por montanhas jovens, que ocupam todo o seu interior, Hokkaido está situada nas proximidades do Círculo Polar Ártico. Sofre influência da corrente Oyashio (fria) e das massas polares; portanto, as nevas­cas e geadas são comuns durante quase todo o ano, o que justifica seu apelido de "País das Neves". É área de domínio do clima temperado frio, que determina a pre­sença da floresta de pinheiros.
Ilha de Honshu
Situada no centro, entre os dois extremos do país, é a maior ilha do arquipélago. É área de domínio do cli­ma temperado típico, com as quatro estações bem defi­nidas. A cobertura florestal é dominante. Ao norte, a floresta é mais homogênea, composta de coníferas, em função do rigor climático (inverno mais longo). Ao sul, é mais heterogênea, dominada por algumas espécies caducifólias (perdem as folhas no inverno), adaptadas à alternância de estações climáticas, alternada mente quente e fria.
• Ilhas de Shikoku e Kyushu
Na porção meridional do país, as ilhas de Shikoku e Kyushu são influenciadas pela corrente Kuroshio (quen­te). A intensa evaporação das águas dessa corrente for­ma muitas nuvens no interior das ilhas durante o verão, causando chuvas torrenciais, conhecidas como monções. Esse fato, somado às elevadas temperaturas provocadas pela atuação de massas de ar tropicais durante a esta­ção quente, origina um çlima tropical/subtropical do tipo monçônico. Assim, nessas duas ilhas surge uma floresta mais diversificada, composta inclusive por al­gumas espécies latifoliadas que não perdem as folhas no inverno.

A Asia das monções

Monções são as chuvas abundantes e torrenciais que atingem todo o sul, sudeste e leste da Ásia, entre o sul da Índia e o sul do Japão durante o verão. Veja sua dinâmica nos esquemas a seguir:
Nota-se que a alternância dos centros de altas e baixas pressões nessa porção da Ásia ocorre ao lon­go do ano, refletindo o ciclo das estações verão/in­verno.


A Ásia árida

A Ásia árida pode ser considerada um prolongamento do deserto do Saara, na África. Toda essa área corresponde às terras subtropicais de altas pressões, locais caracterizados pela formação dos ventos alísios. Esse fenômeno faz com que tais regiões sejam áreas emissoras de ventos. Afastadas dos oceanos, não recebem a influência da maritimidade e tornam-se, assim, enormes desertos.

A água

A cada ano fica mais claro que a água é um recurso que caminha para uma situação de extrema preocu­pação. Somente 3% a 5% da água existente no mundo
está disponível para a utilização humana. Os restantes 95% são constituídos pela água salgada dos oceanos.
Toda a água existente passa por um ciclo de renovação. Esse ciclo natural, porém, pode ser afetado negati­vamente por muitos problemas, prejudicando qualitati­va e quantitativa mente a disponibilidade de água doce utilizável pelas pessoas:
· a devastação das florestas, que pode diminuir a evaporação;
· a ocupação de terrenos montanhosos ou a devas­tação das margens dos rios pode eliminar fontes de água ou dificultar o acesso a elas;
· a urbanização e a conseqüente impermeabilização do solo pode levar a água das chuvas a se mistu­rar com os esgotos das cidades.
Os riscos são cada vez maiores, e a distribuição das águas e das chuvas é desigual. Existem regiões do pla­neta extremamente favorecidas pela incidência de chu­vas. Geralmente são cobertas de florestas e situam-se na faixa equatorial do planeta, onde o calor intenso provoca forte evapotranspiração e contribui poderosamente para a manutenção do ciclo da água.
Em outras áreas, como nos desertos, pode chover somente uma vez por década. Essa distribuição irregu­lar é também um dos motivos de grandes tensões entre países que disputam as mesmas fontes de água.
Nesse contexto, os rios do planeta são muito impor­tantes, pois servem tanto para irrigação quanto para o abastecimento. O seu débito fluvial, ou seja, o volume de água que escoa por um rio, pode definir o futuro e o destino de uma região. Com a ação predatória do homem, em escala mundial, muitos rios estão ameaçados pelo processo de assoreamento.
Quase todos os países têm leis rígidas para a preser­vação das margens dos rios, porém em muitos casos é extremamente difícil exercer uma fiscalização eficaz, fato que tem decretado a morte de muitos rios e piorado ainda mais a situação das águas do planeta.


Os grandes rios da Africa

• o maior rio africano é o Nilo, o segundo mais ex1en­so do mundo. Apesar de atravessar uma extremidade do Saara, jamais seca. Isso ocorre porque suas nascen­tes se encontram no coração da África, região em que predomina o clima equatorial, com chuvas abundantes durante o ano todo. Dessa forma, o Nilo tem sido, há séculos, vital para a economia do Egito.
No passado, suas águas transbordavam periodica­mente e fertilizavam todo o vale, que era sistematica­mente aproveitado pela agricultura do tipo jardinagem. Desde os anos 1950, todavia, esse fenômeno não ocorre mais, devido à construção de duas enormes hidrelétri­cas (Assuã e Assiut), que passaram a controlar o fluxo das águas do Nilo. O que gerou um intenso êxodo rural, aliás, pois apenas os agricultores que dispõem de capital conseguem implantar sistemas de irrigação, que exigem equipamentos mais sofisticados e, portan­-0, caros. O rio Congo, por sua vez, destaca-se por apresentar o segundo maior volume de água do mundo, depois do Amazonas. Além disso, esse rio atravessa um relevo planáltico, em grande parte, o que lhe confere um gigantesco potencial hidrelétrico. Porém, a pobreza dos países banhados pelo rio Congo impede o aproveita­mento de toda essa energia hidráulica .

Os principais rios da Europa

• A bacia do rio Rena é famosa por abrigar o Vale do Ruhr, a área mais intensamente industrializada da Euro­pa. Situada na Alemanha, essa região possuía grandes reservas carboníferas, que impulsionaram o desenvol­vimento das indústrias de base na época da Revolução Industrial. Além disso, o Rena é quase totalmente nave­gável, permitindo o escoamento da produção industrial alemã para o movimentado porto de Roterdã, na Holanda.
As cabeceiras do rio Pó, o maior rio do norte da Itália, drenam uma rica região industrial, formada pelo Eixo Milão-Gênova- Turim. O resto do curso constitui um fér­til vale intensamente utilizado para o cultivo de cereais.
O rio Volga, o mais extenso da Europa, atravessa a Planície Russa. Apesar de congelar no inverno, é muito usado para a navegação. Além do mar Cáspio, onde deságua, o Volga está ligado por canais artificiais tam­bém aos mares Branco e Báltico, situados no norte, e ao mar Negro, no sul.
O rio Ródano, assim como o Rena, nasce nos Alpes
Centrais (Suíça). Em seguida, segue para o sul, penetra em território fran­cês e deságua no Mediterrâneo, nas proximidades do porto de Marselha (França). A construção de várias eclu­sas tornou-o navegável. Além disso, numerosos canais o integraram a outros rios, como o Reno, que, como vimos, também nasce nos Alpes suíços e, em seguida, segue para o norte (Alemanha e Holanda). Vale lembrar ainda que o desen­volvimento do transporte hidroviá­rio na Europa não se deve apenas à existência de vários rios navegáveis. É preciso destacar que muitos ca­nais foram construídos, possibilitan­do a integração hidroviária de toda a Europa. Trata-se, em última análi­se, de uma estratégia planejada que, posta em prática ao longo de mui­tos anos, permitiu a efetiva integra­ção socioeconômica de todo o continente.Norte

• Interligando os Grandes Lagos e o Atlântico, o rio São Lourenço é a principal porta natural de ligação do Canadá com o mundo. Além disso, os Estados Unidos construíram um canal artificial para acessa-Io a partir do rio Hudson, que banha a cidade de Nova York. Esse canal acabou possibilitando a ligação hidroviária entre os portos de Nova York e Chicago, cidade situada ao sul do Lago Michigan.

No oeste da América do Norte, alguns rios são encachoeirados, apresentando grande potencial hi­drelétrico. O mais famoso é o Colorado, cujo leito forma o Grand Canyon. Outros, como o rio Mackenzie, localizado no noroeste do Canadá, fo­ram fundamentais para a exploração madeireira e de ouro, durante a fase da colonização.

Já o rio Yukon, que corta o Alasca, foi a princi­pal via para o povoamento e o desenvolvimento de atividades econômicas nesse território.

Na porção central, o relevo baixo e plano é drenado pelos rios que compõem a bacia do Mississippi-Missouri, utilizados como hidrovia de transporte da produção dos cinturões agrícolas dos Estados Unidos (belts).
Principais rios da Asia

• o rio Jordão - cujas nascentes ficam nas colinas de Golan, território sírio dominado por Israel desde 1967 ­corta a Cisjordânia e é importante para a irrigação do deserto de Jegev, ao sul de Israel, bem como para o abastecimento do mar Morto.
Os rios Tigre e Eufrates nascem na Turquia, cru­zam a Síria e o Iraque e se juntam perto da foz, no golfo Pérsico, formando o Chatt Al-Arab, na verdade m grande canal de 193 km. Esses rios são importan­-es fontes de água e meio de transporte nessa imensa região árida do Oriente Médio. O rio Huang-ho (rio Amarelo) corta a parte setentrional da planície chinesa, sendo fundamental como fonte de água para irrigação de gigantescas plantações de ar­roz e trigo.
O Yang-tsé (rio Azul) nasce nos planaltos e nas altas montanhas do oeste da China. Para aproveitar suas cacho­eiras, o governo chinês está construindo a usina hidrelétri­ca de Três Gargantas, considerada uma das maiores obras de engenharia do mundo. Essa usina deverá produzir ener­gia para incrementar a recente industrialização chinesa, mas vai produzir um grande impacto socioambiental, uma vez que as represas deverão inundar imensas áreas férteis, exigindo o deslocamento de milhões de pessoas.
Os rios Ganges e Indo cortam a planície norte da Índia e são considerados sagrados pela população des­se país. Junto com seus afluentes, são fundamentais para a irrigação de vastas áreas agrícolas.
O rio Mekong também nasce no Himalaia. Corre no sentido sudeste pelas extensas planícies da Indochina. O maior trecho percorre o território do Vietnã, onde é fundamental para o desenvolvimento da rizicultura.