segunda-feira, 13 de outubro de 2008

(Ciclo III inicial)


A Terra por dentro e por fora

Nosso planeta é formado por três camadas: a litosfera, o manto terrestre e o núcleo. E formado também pelo conjunto de todas as águas do planeta, a hidrosfera e envolvido por uma camada de gases, a atmosfera.

A forma e o tamanho da Terra
A Terra apresenta forma geóide. Sua superfície mede cerca de 510 milhões de quilômetros quadrados.

As camadas da Terra
A Terra é formada por três camadas: a litosfera, o manto ter­restre e o núcleo.
· A litosfera também é chamada de crosta terrestre ou su­perfície. É a camada externa formada por rochas e mine­rais. Ela é dividida em duas partes: a crosta continental e a crosta oceânica.
A crosta continental está acima das águas, formando os con­tinentes e as ilhas. A crosta oceânica se encontra abaixo dos oceanos e dos mares.
· O manto terrestre é a camada intermediária, situada entre a crosta e Q núcleo.
· O núcleo é o centro da Terra. Ele é composto principal­mente de ferro e níquel, e apresenta temperaturas muito elevadas, acima de 6.000 °C (graus Celsius).
A litosfera, o manto terrestre e o núcleo são camadas que apresentam diferentes espessuras e temperaturas.

A hidrosfera e a atmosfera
Nosso planeta é formado por duas outras partes: a hidrosfera e a atmosfera .
• A hidrosfera é o conjunto de todas as águas do planeta: os oceanos, os mares, os rios e lagos, as águas subterrâneas e o vapor de água existentes na atmosfera.
A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra. Ela equilibra a temperatura do planeta e contém gases im­portantes para a vida, como o oxigênio, o nitrogênio e o gás carbônico.
As camadas da Terra se formaram ao longo de milhões de anos. Elas, no entanto, continuam se transformando devido à evolução natural da Terra e à interferência dos seres humanos.


A biosfera

Na biosfera vivem os animais e os vegetais. Ela é formada por elementos encontrados na atmosfera, na litosfera e na hidrosfera.
Na biosfera se encontram o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos, que são as condições necessárias para o desenvol­vimento da vida.




A vida na Terra

Algumas condições são fundamentais para que diversas formas de vida possam se desenvolver na Terra .

Condições para o desenvolvimento da vida
As três condições fundamentais para a vida na Terra são a distância do planeta em relação ao Sol, a existência de água em estado líquido e a presença da atmofera.

A distância do planeta Terra em relação ao Sol
A distância do planeta Terra em relação ao Sol permite que a superficie terrestre tenha uma temperatura média de 22°C, o que propicia o desenvolvimento da vida.
Vênus, por exemplo, que é o segundo planeta do sistema solar em relação ao Sol, apresenta temperaturas médias de 480°C.
A quantidade de luz solar que chega até a superficie do nos­so planeta permite o desenvolvimento de plantas e animais.

Existência de água em estado líquido
Graças à existência de água em estado líquido, é possível o desenvolvimento da vida em nosso planeta.
As plantas e os animais primitivos viviam na água, e esse meio os protegia dos raios ultravioleta provenientes do Sol.

A presença da atmosfera
A atmosfera reúne condições importantes para o desenvolvi­mento da vida na Terra, como a sua transparência e composição.
A transparência da atmosfera permite que a luz e o calor do Sol cheguem à superficie terrestre. O oxigênio e o nitrogênio são gases predominantes na composição da atmosfera. O oxigê­nio é fundamental para a respiração dos seres vivos.
A atmosfera terrestre se formou ao longo de milhões de anos.
Além de apresentar gases importantes, a atmosfera também pro­tege a Terra dos raios ultravioleta, prejudiciais ao desenvolvi­mento da vida.
Sem a atmosfera, a Terra seria um astro parecido com a Lua, com enormes crateras e uma superficie seca.
De todos os astros do sistema solar, apenas a Terra reúne condições favoráveis para o desenvolvimento da vida tal como a conhecemos.


Como se formaram os continentes da Terra

Os blocos continentais que existem nem sempre estiveram onde estão atualmente e não ficarão nesses lugares para sempre.

A deriva continental
No início do século XX, o cientista alemão Alfred Wegener desenvolveu um estudo chamado deriva continental.
Nesse estudo, representado na página ao lado, Wegener des­creveu que, há aproximadamente 250 milhões de anos, os con­tinentes estavam agrupados em um único e gigantesco conti­nente, denominado Pangéia.
De acordo com os estudos da deriva continental, a Pangéia se fragmentou em várias massas de continentes, que foram len­tamente se afastando uns dos outros.
Esse processo durou milhões de anos, até que os continentes adquirissem a forma atual.
Os estudos de Wegener
Para desenvolver seus estudos, Wegener observou vários fa­tos; dentre eles, destacamos:
· A costa leste da América do Sul se encaixava no continente africano.
· Alguns fósseis de animais e vegetais que viveram na mes­ma época foram encontrados tanto na América como na África. Portanto, se os continentes americano e africano não estivessem unidos, não se encontrariam fósseis desses animais, pois o oceano Atlântico teria impedido que eles se deslocassem de um continente para outro. Esses dados levaram Wegener a concluir que os continentes africano e americano haviam formado, no passado, uma única massa continental.

Os continentes atualmente
Estudos mais recentes demonstram que os continentes ainda continuam movimentando-se lentamente. Por exemplo, a par­te sul do continente americano e a África afastam-se cerca de 7 centímetros por ano, ampliando a área ocupada atualmente pelo oceano Atlântico.
No mapa-múndi podemos observar que a Terra é formada por cinco blocos continentais: 1. América, 2. África, 3. Eurásia, 4. Ocea­nia e 5. Antártida, e uma massa de água que forma os oceanos.



A Terra em movimento: placas tectônicas, vulcões e terremotos

Os vulcões e os terremotos são provas de que a Terra continua em constante transformação .

A teoria das placas tectônicas
Em 1960, a partir da teoria da deriva continental de Wege­ner, cientistas desenvolveram estudos que afirmam que a crosta da Terra está fragmentada em uma série de placas. Esse estudo foi denominado teoria das placas tectônÍcas.

O que são placas tectônicas?
A crosta terrestre é formada por uma casca muito dura, com cerca de 70 quilômetros de espessura, fragmentada em uma sé­rie de blocos chamados placas tectônicas.
As placas estão sobre o manto, uma parte pastosa do interior da Terra, e por isso "bóiam", afastando-se ou chocando-se umas contra as outras. Nas áreas de contato entre as placas podem acon­tecer terremotos e formação de vulcões, entre outras ocorrências.

Os vulcões

O que são vulcões?
Vulcões são aberturas na crosta terrestre por onde o material incandescente, que forma o núcleo da Terra, passa e chega até a superficie.

As erupções vulcânicas
Erupção vulcânica é a saída de magma, pedaços de rochas, gases e cinzas pelas chaminés dos vulcões. A lava é composta de rochas e minerais derretidos pelas altíssimas temperaturas do interior da Terra. Quando esse material ainda está no manto terrestre, recebe o nome de magma.

Tipos de vulcões
Os vulcões são classificados de acordo com a freqüência e a violência de suas erupções.
· Vulcões ativos são aqueles que apresentam erupções fre­qüentes.
· Vulcões dormentes são aqueles que raramente entram em erupçao.
· Vulcões extintos são aqueles cujas erupções cessaram.

Vulcões no Brasil
Atualmente não existem vulcões ativos no Brasil. Mas o nos­so país já foi cenário de muitas atividades vulcânicas.
A cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais, o Atol das Rocas e o arquipélago de Fernando de Noronha são alguns lu­gares que se formaram devido a atividades vulcânicas.
Pesquisadores descobriram recentemente na região da Ama­zônia vulcões que podem ser os mais antigos do mundo.


Os terremotos

O que são terremotos?
Terremotos são movimentos que acontecem na crosta terres­tre devido às acomodações das camadas de rochas na litosfera. Eles vêm sacudindo nosso planeta há bilhões de anos.
Quando ocorre um terremoto de baixa intensidade, ele é denominado tremor de terra e causa poucos danos. A ocorrên­cia de terremotos de forte intensidade em áreas habitadas pode ocasionar a destruição e morte de muitas pessoas.

A intensidade e a força de um terremoto
A intensidade e a força de um terremoto podem ser medidas por dois tipos de escala, a Richter e a Mercalli.
· A escala Richter vai de O a 9 pontos. O valor máximo de 9 pontos nunca foi medido em nenhum terremoto registrado.
· A escala de Mercalli vai de 1 a 12 pontos.
As duas escalas medem a força e o grau de destruição ocasio­nados pelos terremotos. Observem a tabela da página ao lado onde aconteceram e o que provocaram alguns dos maiores ter­remotos em nosso planeta.

Áreas de riscos e previsões de terremotos
A partir de estudos sobre os movimentos na crosta terrestre, mapas e outras técnicas, é possível saber onde existem maiores riscos de acontecer terremotos e tentar prevenir que grandes tragédias ocorram.
Para preparar os mapas que mostram áreas onde acontecem terremotos são levados em consideração:
· o histórico de terremotos no local;
· a proximidade das áreas de choque de placas e de áreas vulcânicas ativas.
Todos os dias ocorrem milhares de pequenos terremotos que não são percebidos pelos seres humanos. Somente equipamen­tos como os sismógrafos podem registrá-l os.


A vida em áreas de risco
Em alguns países onde há terremotos com mais freqüência, como o Japão e os Estados Unidos, existem regras para constru­ção de edifícios em áreas de risco. Essas regras têm funcionado bem para salvar vidas ou diminuir as perdas materiais.
Em algumas cidades onde normalmente ocorrem terremo­tos, são utilizados recursos tecnológicos para construir prédios e casas com estruturas que possam amenizar os efeitos dos terremotos.


As formas de relevo

As formas da superfície da Terra são chamadas de relevo. As principais formas de relevo terrestre são montanha, planalto, planície, serra e depressão .

O relevo
A camada mais superficial da Terra, a crosta terrestre, apre­senta uma superfície irregular, com muitas formas e altitudes diferentes.
Relevo é o nome dado às diferentes formas que existem na crosta terrestre.

A altitude
A altitude é a medida que nos permite conhecer a altura das diferentes formas do relevo da superfície terrestre.
Para medirmos a altitude de distintos pontos da superfície terrestre utilizamos o nível do mar como ponto de referência. O nível do mar está a O metro de altitude.

As formas do relevo
As principais formas de relevo existentes na Terra são as mon­tanhas, os planaltos, as planícies, as serras e as depressões.

· Montanhas
São as formas de relevo de maior altitude que existe na superfície terrestre. Um conjunto de montanhas geralmen­te forma as cadeias montanhosas ou as cordilheiras. NaAmé­rica do Sul, a maior cordilheira em extensão é a dos Andes e, no mundo, a que apresenta maior altitude é a cordilhei­ra do Himalaia, localizada na Ásia.
Existem também formas de relevos de altitude menos ele­vadas e de menor extensão que as montanhas, são as serras, os morros e as colinas.

Planaltos
São áreas que se apresentam bastante planas e suas bordas estão bem delimitadas e desgastadas pela ação de agentes de erosão, como a água da chuva, os rios e os ventos.

Planícies
São áreas, no geral, planas e de baixa altitude.
As planícies se formaram a partir do acúmulo de sedimen­tos trazidos pelos ventos, mares, rios ou geleiras. As áreas de planície apresentam superfícies pouco aciden­tadas, sem grandes desníveis no terreno.


Depressão
É uma área de baixa altitude que foi muito desgastada com o tempo. Ela pode ter sido formada também por afunda­mento ocorrido no terreno.
As depressões podem ser absolutas ou relativas. Quando estão rebaixadas em relação aos terrenos vizinhos, mas aci­ma do nível do mar, são chamadas de depressões relativas. Esse é o caso da depressão situada entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, no estado de São Paulo.
As áreas continentais que estão abaixo do nível do mar são chamadas de depressões absolutas. A mais conhecida delas é o mar Morto, na Palestina.


Os processos de formação do relevo
O relevo terrestre se forma devido aos movimentos no inte­rior da Terra e aos processos que acontecem na superfície ter­restre. Os processos internos que influenciam o relevo são cha­mados de endógenos e os processos externos que acontecem na superfície da Terra são chamados de exógenos, como veremos nas paginas seguintes

Os processos endógenos
Os processos endógenos são aqueles provocados pelas forças internas da Terra, como a movimentação das placastectônicas, os abalos sísmicos e o vulcanismo.
Eles resultam em movimentos na superfície da crosta terres­tre, que podem formar montanhas, cordilheiras ou depressões.

Processos exógenos
Os processos exógenos são fenômenos que acontecem na su­perficie terrestre e modelam o relevo.
Os principais fatores modeladores do relevo terrestre são a água das chuvas, dos mares e dos rios, o gelo e o vento.

O relevo brasileiro

A ação de agentes externos, como o vento, a chuva e os rios, moldou o relevo brasileiro. Ele apresenta formas como planaltos, depressões e planícies .

As principais formas de relevo no Brasil
. As formas do relevo brasileiro são o resultado da ação, prin­cipalmente, dos agentes externos sobre as velhas estruturas geo­lógicas que existem em nosso território.
As principais formas do relevo brasileiro são os planaltos e as depressões.
Os planaltos abrangem a maior área do território nacional e somam 11 unidades. Há também 11 unidades de depressões e 6 unidades de planícies no Brasil.


Os planaltos
A maior parte dos planaltos brasileiros são áreas que sofrem muito desgaste.
No Brasil, normalmente, as áreas dos planaltos estão circun­dadas por depressões relativas.
Os mais extensos planaltos brasileiros são os planaltos e cha­padas da bacia do Paraná, o planalto e chapadas da bacia do Parnaíba e planaltos e serras do Atlântico-Ieste-sudeste.

As depressões
Todas as depressões brasileiras são relativas. Elas são áreas muito desgastadas pela ação dos agentes exógenos.
Nas principais depressões, como as amazônicas, a Sertaneja, a do São Francisco e a periférica sul-rio-grandense, os terrenos não costumam ultrapassar os 200 metros de altitude.
A depressão que alcança as maiores altitudes é a da borda leste da bacia do Paraná.

As planícies
As planícies são terrenos relativamente planos que foram for­mados pela deposição de sedimentos. Os sedimentos que são depositados nas áreas de planície podem ter origem fluvial, ma­rinha ou lacustre.
A planície do rio Amazonas, por exemplo, é resultado do acúmulo de sedimentos trazidos pelo rio.
As planícies litorâneas do Nordeste e Sudeste do Brasil rece­bem sedimentos do oceano Atlântico.