quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ciclo III final





















































































































































Conhecendo o Centro-Sul: localização e história

A região. Centro-Sul é formada pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás, além da maior parte do estado de Minas Gerais e da porção sul dos estados de Mato Grosso e do Tocantins. Nessa região, também se encontra o Distrito Federal. .
Observe no mapa a seguir essa região em destaque:

Mas como começou efetivamente a ocupação dessa parte do Brasil? Até meados do século VII, o Nordeste era a região mais desenvolvida do país. O declínio da produção açucareira, aliado à descoberta de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais, provocou 1tensa migração rumo ao interior do Brasil. Ao longo dos caminhos de mineração, foram surgindo povoados que se transformaram em cidades.
A região mineradora de Minas Gerais tornou-se o centro econômico do Brasil, devido a riqueza gerada pelo ouro e pela grande quantidade de pessoas que se dirigiam à região atraídas pelo desejo de enriquecimento.
Nessa época, a pujança econômica de Minas Gerais era tanta que impulsionava até mesmo a economia do Sul do país, que também conheceu um importante desenvolvimento econômico, em razão da atividade pecuária e do tropeirrismo.
O tropeirismo transportava para a região das minas o gado bovino para alimentar o grande contingente de pessoas que trabalhava na garimpagem, além de mulas para serem utilizadas no transporte de cargas.
Com o esgotamento das jazidas, em meados do século XVIII, e a falta de estímulo causada pelos altos impostos cobrados pelo governo português, a população mineira aos poucos foi se dedicando às lavouras de café, principalmente no sul de Minas Gerais, à criação de gado nas fazendas da região e à ativid­ade têxtil. Uma parcela da população migrou para o estado de São Paulo, que já vinha se estacando com a cultura cafeeira, recebendo trabalhadores também de outros estados brasi­leiros. É com o desenvolvimento em São Paulo que o café passa a ser o principal produto = exportação do Brasil.

A cafeicultura provocou a ocupação de terras do Rio de Janeiro, Espírito Santo, parte de Minas Gerais, São Paulo e norte do Paraná. Para essas regiões, dirigiram-se pessoas de várias partes do nosso país, além de um grande número de imigrantes europeus, principalmente ­italianos, que vieram trabalhar nas lavouras de café. A cafeicultura criou uma classe de aris­tocracia rural e foi responsável pela construção de ferrovias destinadas ao transporte do café até o porto de Santos, de onde era embarcado para a Europa.
Aristocracia rural: grupo social que enriqueceu com o lucro da cafeicultura.
O cultivo do café também propiciou o crescimento de varias cidades e transformou a cidade de São Paulo no centro econômico do Brasil. Infelizmente, o café também foi responsável pelo desmatamento da Mata Atlântica, já que grandes áreas florestais foram derrubadas para ceder espaço à plantação das mudas de café.
A partir do século XIX, o governo brasileiro, interessado em povoar o sul do país, resolveu estimular a vinda de imigrantes oferecendo-Ihes oportunidades para se torna­rem proprietários de terras, principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Ainda hoje, é forte a influência dos imigrantes na apropriação formação desse espaço regional.

Para os imigrantes que se estabeleceram em São Paulo, não havia a oferta da posse da terra. Eles vieram para trabalhar como assalariados nas lavouras de café. Enquanto nos outros estados desenvolvia-se a agricultura em pequenas propriedades e surgiam colônias de imigrantes, em São Paulo, boa parte do dinheiro obtido com o café propiciou a
construção de industrias e a conseqüência urbanização da região.
A efetiva ocupação e o povoamento das terras dos atuais estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ocorreram principalmente após 1940, com as áreas de colo­nização criadas pelo governo, que visava expandir as fronteiras agrícolas e impulsionar o povoamento rumo ao interior do Brasil.

Por determinação do presidente Juscelino Kubitschek, que governou o Brasil de 1956 a 1961, foi construída a cidade de Brasília, para sediar a nova capital do país, transferida do Rio de Janeiro. A construção da nova capital atraiu um grande número de trabalhadores, principalmente nordestinos, para a região central do Brasil. Com a inauguração da cidade, milhares de funcionários públicos foram transferidos do Rio de Janeiro para lá. Outras pes­soas, atraídas pelo surgimento de uma nova cidade, também mudaram-se para a região. A transferência da capital para o interior do país foi um fator de destaque no estímulo ao povoamento e à interação dessa região com outras áreas do território brasileiro.
Atualmente, alguns fatores se destacam em relação a região Centro-Sul: a grande concentração populacional, um alto grau de urbanização, um grande número de indústrias, uma atividade agropecuária moderna. Essa é a área mais desenvolvida e industrializada do país, responsável pelo escoamento de boa parte da produção interna. Também é a região que abriga mais da metade da população brasileira. Contudo, as desigualdades também estão presentes nessa região, que concentra o maior número de favelas, elevados índices de de­semprego e violência urbana, além de problemas de poluição ambienta.
Interpretação de mapas
A região Centro-Sul possui uma rede de transportes integrada, favorecendo o comercio e promovendo o desenvolvimento da região por meio do escoamento da produção agrícola e industrial.
Observe nos mapas a seguir as principais rodovias e o comércio dessa região.

Diferentes paisagens do Centro-Sul

No capítulo 7, você estudou sobre a ocupação do espaço territorial que forma a região Centro-Sul do Brasil. Percebeu que diferentes atividades econômicas foram responsáveis pela ocupação dessas terras, originando vilas que cresceram e se transformaram em cidades, com características diferenciadas quanto à ocupação, à formação e à produção do espaço geo­gráfico.

Os fatores naturais também são responsáveis pelas paisagens distintas que ocorrem nessa região. Ocupando quase dois terços do território brasileiro, predominam no Centro-Sul os planaltos. Nessa região também há planícies e depressões. A porção sul do Brasil apresenta relevo que diminui de altitude à medida que 3vança para o oeste. Na porção leste a Serra do lar é o destaque, se es­:endendo desde o Rio de Janeiro até o sul de Santa Catarina. Os rios que nascem a leste da Serra do
Mar escoam para o ocea­no Atlântico. Aqueles que nascem a oeste, escoam ara o interior. Observe no
mapa as diferentes altitudes e a hidrografia nessa região

Planalto: extensão de terrenos sedimentares um pouco planos, situados em altitudes variáveis, onde a erosão é maior que a deposição.

Planície: extensão de terrenos um pouco planos, onde os processos de deposição supe­ram os de erosão.

Depressão: porção do relevo situada abaixo do nível do mar (depressão absoluta), ou abaixo do nível das regiões que lhe estão próximas (depressão relativa).

Devido à presença de climas úmidos e relevo planáltico! os rios dessa região são caudalosos e com grande potencial hidráulico. Também são aproveitados para o fornecimento de água e de alimentos (peixes), para irrigar plantações! como áreas de lazer e vias de transporte.

Infelizmente, muitos rios que atravessam as grandes e médias cidades dessa região estão poluídos por esgotos domésticos e dejetos industriais lançados em suas águas, como é o caso ­do rio Tietê, em São Paulo, do rio Guaíba, em Porto Alegre, e do rio Doce, que atravessa estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e tantos outros.

Texto 1

Tornando um rio navegável
Os rios constituem-se em impor­tantes vias de circulação de pessoas e mercadorias.

Porém, muitos cursos d'água naturais nem sempre oferecem condições favoráveis à navegação por apresentarem saltos, corredeiras, cachoeiras etc.
Para tornar esse rio navegável, podem ser construídas eclusas. A eclusa é uma câmara de concreto com duas comportas de ferro e funciona como um verdadeiro "elevador aquático", que permite baixar e elevar um barco, vencendo o desnível das águas.

O barco entra na câma­ra de concreto e, atrás dele, fecha-se a comporta de ferro. Um sistema de válvu­las, aproveitando a própria força da água, enche ou esvazia a câmara. O nível de água vai subindo ou bai­xando, e junto com ele o barco. Quando a água está no mesmo nível do outro lado da eclusa, a comporta de ferro dianteira se abre e a embarcação continua navegando pelo rio.

Impactos ambientais na construção de hidrelétricas
A região Centro-Sul é a mais industrializada e urbanizada do país. Conseqüentemente é a região onde o consumo de energia elétrica é o maior do Brasil. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são responsáveis por mais da metade desse consumo.
A presença de rios caudalosos possibilitou a construção de muitas usinas hidrelétricas nessa região. Contudo, a construção de hidrelétricas gera problemas ambientais. A inundação de grandes áreas férteis faz com que muitos agricultores mudem-se para a periferia das cidades ou passem a viver em acampamentos dos sem-terra. Essa inundação também altera o equilíbrio ambiental, comprometendo a flora e a fauna da região. Os grandes reservatórios alteram a quantidade e a freqüência das chuvas, a temperatura média local e a umidade relativa do ar. Além disso, a vegetação que foi inundada começa a se decompor, aumentando a emissão de metano e gás carbônico, gases que contribuem para o efeito estufa.
Com a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, no rio Paraná, surgiu um imenso lago, às margens do qual foram criadas praias artificiais, favorecendo o lazer da população do oeste e do sudoeste paranaense. Porém, a construção desse lago inundou muitas cidades ­e destruiu a paisagem natural de Sete Quedas, em Guaíra. Os saltos de Sete Quedas foram esculpidos pela natureza ao longo de milhares de anos e eram local de grande visitação turística.
A construção da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, no rio Tocantins, no estado de Goiás, cobriu uma área na qual existiam dezenas de sítios arqueológicos, destruindo um importante patrimônio histórico brasileiro.

Os efeitos da latitude/ combinados com o relevo e a continentalidade são responsáveis pela diversidade climática da região Centro-Sul, que apresenta cinco tipos climáticos: o equa­torial, o tropical úmido, o tropical semi-úmido, o tropical de altitude e o subtropical. Observe o mapa.
o clima equatorial ocorre em pequena área do norte do Centro-Sul. Caracteriza-se pelas altas temperaturas, com médias térmicas em torno de 26 DC, e pela àlta pluviosidade durante todo o ano.
O clima tropical úmido é o que ocorre na faixa litorânea do Espírito Santo, em parte de São Paulo e no Rio de Janeiro. Apresenta temperaturas em torno de 20°C e 24°C e chuvas superiores a 2.000 mm ao ano. Esse tipo climático é influenciado pela massa de ar tropical atlântica, que traz umidade durante todo o ano para as faixas litorâneas do Sul e Sudeste. No litoral nordestino, durante o outono e principalmente no inverno, o avanço da massa de ar polar atlântica forma frentes frias, aumentando o índice de chuvas nesse período.
O clima tropical semi-úmido é típico da porção norte do Centro-Sul, ocorrendo em áreas como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e centro-norte de São Paulo. Esse tipo climá­tico apresenta inverno seco e verão úmido, com médias de temperaturas entre 20°C e 28 °C e índices pluviométricos próximos de 1.500 mm por ano. Recebe, durante o período do verão, as massas de ar tropical atlântica e equatorial continental, trazendo umidade para a porção central do país. No período de inverno, o recuo dessas massas faz com que o índice pluviométrico seja menor.
O clima tropical de altitude ocorre em áreas mais elevadas do relevo de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e caracteriza-se por apresentar temperaturas mais suaves, com média anual em torno de 18°(,
O clima subtropical é predominante na porção sul da região, isto é, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná e em uma pequena área de São Paulo. Nessa área de clima subtropical, as estações do ano são bem definidas, as chuvas distribuem-se regularmente e as temperaturas médias estão entre 18°C e 24°C. O inverno é frio na maior parte dessa área subtropical, podendo até nevar em algumas áreas.
Essa região sofre influên­cia das massas de ar vindas da Antártida. Como não existem barreiras naturais que possam impedir que elas avancem sobre a região, acabam influenciando o clima da porção sul do Cen­tro-Sul, tornando-o muitas vezes muito frio durante o inverno. Ocorrem mudanças bruscas de temperatura até mesmo no pe­ríodo do verão, quando chegam as chamadas “frentes frias”• Em algumas cidades da região, os termômetros chegam a registrar temperaturas baixas, até mesmo abaixo de 0°C
Diferentes domínios climáticos possibilitaram a presença de varia­das formações vegetais no Centro­-Sul: a Mata Atlântica, a Mata de Araucárias, o Cerrado, os Campos, além da vegetação litorânea e do Complexo do Pantanal. Cabe ressal­tar que todas as transformações que ocorreram nesse espaço geográfico comprometeram a cobertura vegetal original, que foi substituída pelas ati­vidades agropecuárias e pelo intenso processo de ocupação humana pelo qual a região passou, especialmente nos dois últimos séculos.

Originariamente, a Mata Atlântica estendia-­se do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Atualmente, de acordo com a Organização Não-Governamental 50S Mata Atlântica, restam somente 7,3% dessa vegetação original.

A Mata de Araucárias, típica do clima subtropical, originariamente encontrada nos planaltos do Sul do Brasil, foi muito devastada no início do século XX por companhias madeireiras que exploravam o pinheiro-­do-paraná. Atualmente está reduzida a cerca de 10%
da área original.

O Cerrado é uma vegetação típica do clima tropical sem i-úmido, sendo a vegetação característica da região Centro-Oeste do Brasil.
Essa formação vegetal apresenta arbustos e árvores com folhas retorcidas e vegetais com folhas grossas e raízes longas

Campos em Vacaria, RS.

A vegetação dos Campos é composta de gramíneas, arbustos e pequenas árvores isoladas. Esse tipo de vegetação é característico do - o Rio Grande do Sul, cobrindo extensas áreas de planícies e morros. também sofreu com a ação humana. A prática da pecuária e o pisoteio excessivo do solo provocaram, em certas regiões, a sua destruição. As queimadas são também responsáveis pelo empobrecimento do solo .
Diversos manguezais se estendem na faixa litorânea entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina compostos de plantas que se adaptam à alta salinidade.

Diferentes espaços do Centro-Sul

As diferenças nas paisagens naturais e nas formas de ocupação do espaço permitem subdividir a região Centro-Sul em quatro áreas distintas: o Sul, o Nordeste, o Noroeste e a Área das Metrópoles Globais (São Paulo e Rio de Janeiro). Além da diferença que apresentam entre si, essas áreas possuem contrastes sociais e econômicos, criando regiões específicas dentro de cada uma delas.
o sul do Centro-Sul

Eu sou do Sul

Eu sou do Sul,

é só olhar pra ver que eu sou do Sul. A minha terra tem o céu azul,
é só olhar pra ver.

Nasci entre a poesia e o arado,
a gente lida com o gado e cuida da plantação.
A minha gente que veio da guerra
Cuida dessa terra como quem cuida do coração
[...]

No poema, estão destacados aspectos que identificam o Sul do Brasil: o arado, o trabalho com o gado e as pessoas que vieram de outro continente, fugindo da guerra.

Essa área merece destaque em decorrência da grande presença de pessoas que descendem de imigrantes, trazendo para essa região o predomínio da população branca e uma cultura influenciada por hábitos e costumes dos imigrantes.

A chegada de imigrantes, principalmente europeus, para trabalhar nas lavouras, deixou uma tradição agrícola que hoje é representada pela agroindústria de fumo, óleo, álcool, vinho, laticínios etc.

Italianos, alemães, poloneses, ucranianos e japoneses estabeleciam-se em pequenas e médias propriedades, realizando a prática da policultura. Até hoje, algumas áreas mantêm as características do período em que a região foi colonizada. A policultura é a prática comum na região, às vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados.

A criação de animais também é um dos destaques dessa sub-região. A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte na região. Os rebanhos de bovinos, suínos e ovinos representam as maiores criações. A pecuária recebeu nos últimos anos grandes investimentos, que propiciaram o aumento da produtividade. Além disso, a instalação de frigoríficos confirma uma tendência regional - a associação entre as atividades ligadas à terra e à indústria.
A partir da década de 1970, a mecanização marcou o espaço agropecuário dessa parte do país. Pequenos proprietários, sem condições de modernizar sua lavoura, venderam suas terras e migraram para outras regiões do país ou para os grandes centros urbanos, modi­ficando as paisagens agrárias do Sul. Atualmente, a região possui uma economia agrícola desenvolvida. O norte do Paraná caracteriza-se por uma intensa atividade agropecuária, bem como pela presença de várias indústrias. Aliás, a atividade industrial é bem desenvolvida na região, fortemente ligada à atividade agropecuária. Porto Alegre e Curitiba destacam-se por possuírem indústrias diversificadas, atividades também em crescimento em cidades de porte médio, como Londrina, Maringá, Joinville, Blumenau e Caxias do Sul.
As áreas de solo fértil, as famosas terras roxas, foram ocupadas inicialmente pela lavoura cafeeira. A baixa resistência dos cafezais à presença de geadas durante o inverno determinou a substituição desse cultivo pelo plantio de algodão e de cana-de-açúcar e, principalmente, de soja. O restante do estado do Paraná tem uma produção agropecuária ampla e variada, além da exploração madeireira. No Paraná, ainda, destaca-se a indústria de papel e papelão, utilizando madeira de eucalipto das áreas reflorestadas.

Com relação aos recursos minerais a atividade de destaque é a exploração do carvão mineral, usado em usinas termelétricas para gerar eletricidade e também nas indústrias siderúrgicas para aquecer os fornos na produção do aço. Apresentando grande quantidade de cinzas e impurezas, o carvão nacional é de qualidade inferior ao importado. Santa Cata­rina detém a maior produção nacional, onde o carvão apresenta menos impureza e é mais facilmente explorado, pois está mais próximo da superfície. O carvão mineral é explorado nos municípios catarinenses de Criciúma, Içara, Siderópolis e Lauro Müller. Sua exploração sempre esteve ligada a graves problemas ambientais, sendo que somente uma pequena porcentagem do material é aproveitada e a maior parte, considerada rejeito, é abandonada a céu aberto, comprometendo o solo para o plantio. Os rios da região, em especial os da bacia do rio Tubarão, também são ameaçados pelos materiais poluentes lançados em suas águas. O ar fica poluído com a emissão de gases tóxicos, que trazem riscos à saúde da população.
É também no estado de San­ta Catarina, na área do Vale do Itajaí, que encontramos as cida­des de Blumenau e Brusque. No litoral norte, próximo ao Vale do Itajaí, encontra-se Joinville, com indústrias alimentícias, têxteis e de materiais de construção, que empregam muitos trabalhadores e movimentam a economia regional.

O noroeste e nordeste do Centro-Sul
As porções noroeste e nordeste do Centro-Sul brasileiro também são marcadas pela diversidade de paisagens naturais e culturais. Entre as áreas específicas do Centro-Sul des­tacamos:
O Pantanal Mato-grossense
O Pantanal, cortado pelo rio Paraguai e seus afluentes, é a maior planície inundável do mundo. A pequena declividade do terreno faz com que as águas demorem a escoar, tornan­do o ambiente alagadiço em determinado período do ano. Duas estações destacam-se no Pantanal: a época das cheias (que começa em outubro e vai até março/abri!), quando são inunda­das imensas, áreas, ficando a sal­vo somente as regiões mais altas, onde se localizam, geralmente, as sedes, das fazendas; o período de seca, em que as áreas antes inundadas e enriquecidas com sedimentos orgânicos tornam-se excelentes para pastagem.
Estendendo-se por parte das terras dos estados de Mato Gros­so e Mato Grosso do Sul, a paisa­gem pantaneira é marcada pela grande diversidade de espécies animais e vegetais.
o Pantanal não é apenas uma paisagem natural, hábitat de inúmeras espécies animais e ve­getais. As atividades econômicas estão presentes nessa região e representam uma grande ameaça à biodiversidade pantaneira.
A história da ocupação da região está ligada às atividades mi­neradoras e à pecuária extensiva, praticada nos campos naturais da planície e nos cerrados. A implan­tação de eixos rodoviários nas últimas décadas facilitou a vinda de migrantes e gerou grande impacto na economia, na cultura e no meio ambiente local.
Áreas de mata e de cerrado foram substituídas por campos para pastagem e espaços para a agricultura. O cultivo de soja para exportação e de outros gêneros agrícolas, sem pla­nejamento de impacto ambiental, acelerou o processo erosivo, gerando grande acúmulo de sedimentos nos cursos de água das áreas inundáveis. Os fertilizantes químicos e agrotóxicos, usados intensivamente, elevaram a contaminação dos rios pantaneiros.

Outros problemas também são responsáveis pela degradação ambiental da planície d Pantanal, como a busca de ouro, que contaminou rios da região com mercúrio, usado no garimpo. Até aves e peixes que vivem na área pantaneira foram contaminados por esse produto.
Goiás e mato Grosso do Sul

A partir da década de 1960, muitos gaúchos, paranaenses e catarinenses migraram pare essa região, que se apresentava como uma frente pioneira, principalmente por apresentar terras mais baratas. Atraídos por incentivos oferecidos pelo governot ocuparam áreas do sul do Mato Grosso do Sul e de Goiás, justificando o aumento populacional da região e o crescimento _ algumas cidades no estado de Goiás, como Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Jataí e Itumbiara.
Essa área corresponde a um importante espaço agrícola para o país. Os solos do cerrado, inicialmente ácidos, foram corrigidos com o uso de calcário. Essa técnica, conhecida como calagem, permitiu que as fazendas pudessem realizar a agricultura em áreas que até então eram consideradas inadequadas. A presença de extensas áreas planas favoreceu a mecanização agrícola. Destacam-se o cultivo do arroz e o da soja.

A pecuária de corte, realizada no sul de Goiás e também no sul de Mato Grosso, ex­pandiu-se muito nos últimos anos. Destacam-se nessa região as imensas áreas de pastagens concentrando o maior rebanho bovino brasileiro.
Minas Gerais

Entre 1730 e 1750, o ouro teve seu período de maior extração em Minas Gerais, atraindo muitas pessoas para a região. Para alimentar toda essa população, desenvolveu-se nessa região uma agricultura variada, com o cultivo do milho, do feijão, do trigo, do arroz, da cana-de­-açúcar etc. A pecuária também se desenvolveu, embora chegassem do Sul e do Nordeste grandes quantidades de gado para abastecer a população.
A área tornou-se uma importante região de agropecuária. Destaque para o cultivo do café na Zona da Mata e no Triângulo Mineiro, além da grande criação de gado de corte e leiteiro, contando atualmente com um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil.

Na região do Triângulo Mineiro, no oeste do estado de Minas Gerais, delimitada pelos municípios de Uberlândia, Uberaba e Araguari, desenvolve-se a pecuária de corte com seleção de espécies e as pastagens cultivadas. Em algumas propriedades, o gado é criado solto, de forma extensiva, ocupando grandes extensões de terra, com boa rentabilidade. A agricultura

também é praticada nessa região, e falta de cuidado com o uso do solo principalmente com a realiza­ção de queimadas, tem provocado
grandes problemas ambientais.

Na Zona da Mata mineira, destaca-se a pecuária leiteira, que deu origem a uma importante atividade: a indústria de laticínios, que produz iogurtes, queijo, leite em pó, creme de leite, requeijão, doce de leite e manteiga.

Em Minas Gerais, destaca-se atividade extrativa mineral. O estado detém a liderança na pro­dução mineral brasileira. A região denominada Quadrilátero Ferrífero destaca-se por possuir uma alta produção de minério de ferro. A área onde esse minério é explorado apresenta a forma de um quadrilátero, tendo como pontos as cidades de Belo Horizonte, San­ta Bárbara, Mariana e Congonhas, conforme pode ser observado no
mapa a seguir.


Nessa região encontram-se também reservas de manganês e bauxita. O minério de ferro e o minério de manganês são usados na produção do aço, importante produto para a construção civil, e também na produção de equipamentos e máqui­nas, abastecendo as indústrias siderúrgicas nacionais e tendo parte destinada ao mercado externo.

A produção mineral obtida em Minas Gerais é escoada através do Vale do Rio Doce e do Vale do Paraopeba, por estradas de ferro que chegam aos portos de Tubarão, em Vitória (Espírito Santo), e de Sepetiba (Rio de Janeiro).

A grande metrópole que polariza essa região é Belo Horizonte, juntamente com 5ua região metropolitana. Cidades ­como Contagem, Betim e Sabará formam um importante cinturão industrial ao redor da capital.

As metrópoles globais

Alguma coisa acontece no meu coração

Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi Da dura poesia concreta de tuas esquinas
[ ... ]

Rio 40 graus Cidade marvilha
purgatório da beleza e do caos [ ... ]
o Rio é uma cidade de cidades misturadas
o Rio é uma cidade de cidades camufladas.

Os versos anteriores fazem re­ferência às duas maiores cidades brasileiras: São Paulo e Rio de Ja­neiro. Centro de referência cultural e econômica, essas metrópoles exer­cem influência não só nas cidades próximas a elas, mas em todo o país, sendo consideradas metró­poles globais. Essas duas cidades cresceram com a contribuição de imigrantes e migrantes que vieram de outras regiões do Brasil e somam cerca de 51 milhões de habitantes, de acordo com os dados do Censo de 2000, realizado pelo IBGE.

A região metropolitana de São Paulo é composta atualmente de 39 municípios, formando uma grande área urbana e a maior área metropolitana de nosso país. Com suas cidades vizi­nhas e interligadas como Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, conhecidas como ABCDMR, e também as cidades de Guarulhos, Mogi das Cruzes e Osasco, produz de tudo, pois possui quase todos os tipos de indústria, como, por exemplo, as automobilísticas, as siderúrgicas, as petroquímicas, as eletrônicas, entre ou­tras. Além das indústrias, a Grande São Paulo possui um comércio extremamente fortalecido e, ainda, grandes áreas agrícolas. Observe no mapa da página seguinte, os municípios que formam essa região metropolitana.
A região metropolitana do Rio de Janeiro é formada por 17 municípios, é a segunda maior área metropolitana do Brasil. Engloba a cidade do Rio de Ja­neiro e outras importantes cida­des, como Niterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo. Possui grandes e diversifica­das indústrias, com uma grande produção de bens. Observe no mapa os municípios que formam essa região metropolitana.
Distantes cerca de pouco mais de 400km, essas duas cida­des estão unidas pela Via Outra, uma das rodovias mais movimen­tadas do nosso país. Ao longo dessa rodovia desenvolveram-se várias cidades, tanto do lado do Rio de Janeiro como do lado de São Paulo.